Bruschi G40 - Perguntas Frequentes
O G40 É CLASSE A?
Pra responder corretamente, primeiro precisamos recaptular as definições das classes de operação de amplificadores. Simplificando, para os circuitos de saída push-pull, como o do G40:
Classe A – Todo o circuito conduz corrente o tempo todo. Com baixa distorção mas muito ineficiente; Classe B – Uma parte do circuito conduz durante o ciclo positivo e outra durante o negativo. Eficiente mas com muita distorção; Classe AB – Operação entre classe A e classe B. Média eficiência, baixa distorção quando corretamente desenhado e ajustado.
Como quase todos os amplificadores de guitarra (e inclusive alguns que são anunciados como Classe A) o estágio de saída do G40 funciona em Classe A até um certo volume. Quando o power está em “clipping” (distorção por achatamento da onda) o circuito está operando em Classe AB.
Com o SAG ativado, a operação é mais parecida com a de um circuito Classe A puro.
40W valvulados são mais do que 40W transistorizados, certo?
Errado. A potência de saída já é a medida final e isto independe de como é o equipamento internamente. Dizer que um amplificador valvulado rende mais do que um transistorizado de mesma potência é o mesmo que dizer que um motor a diesel de 100 HP rende mais do que um a gasolina, também de 100 HP.
Mas as lendas sempre tem suas origens. Primeiramente, um bom valvulado entra em regime de distorção de forma mais suave do que um transistorizado comum e barato. Isto significa que o estágio de saída pode já estar saturando e isto não ser percebido. Desta forma o músico se sente mais à vontade abusando do volume do amplificador.
Outra diferença (e talvez a mais importante) é um maior capricho na escolha dos alto-falantes. Combos transistorizados e baratos podem ter grande potência mas alto-falantes muito ineficientes, que convertem pouca energia elétrica em acústica. Os alto-falantes utilizados no G40-210 (Eminence The Copperhead) são capazes de fornecer 99dB/1W@1m (noventa e nove decibéis por um watt, medidos a um metro). Alto-falantes ainda mais eficientes são utilizados no G40-212. Pura questão de economia: Equipamentos mais caros simplesmente são melhores.
Pra finalizar, você pode encontrar no mercado amplificadores transistorizados com números impressionantes, criados pelo marketing para impulsionar as vendas. Não é raro encontrar amplificadores baratos anunciados como 5000 watts PMPO. Vale lembrar que PMPO é uma medida sem nenhum fundamento técnico criada apenas para inflacionar os números e impressionar possíveis compradores.
Por que vocês usam alto-falantes de 10" no G40?
Porque os falantes que utilizamos não perdem em nada para os melhores falantes de 12". Há muitas variáveis que definem a característica de um alto-falante e o diâmetro do cone é apenas uma delas. Além disso, nós normalmente utilizamos dois falantes de 10", o que dá uma área 40% maior do que um único alto-falante de 12".
Mas se você tem preferência por alto-falantes de 12”, não é problema. O G40 também está disponível em versão 2x12”.
Mas falantes de 12" dão mais graves do que falantes de 10", certo?
Como regra geral sim. Quanto maior o tambor, mais grave o som dele, certo? Da mesma forma quando maior o diâmetro do cone sua sonoridade tende mais para o grave.
Mas a coisa não é tão simples e como dissemos na resposta anterior, o diâmetro é apenas uma das muitas características de um alto-falante.
Como exemplo, ouça o arquivo GB128_Ramrod_comparing.mp3 (ouça usando fones de ouvido ou um bom sistema de som). Você pode notar claramente que o riff é tocado em um falante e depois em outro. O primeiro é o Legend GB128, um falante de 12". O segundo é o Ramrod, de 10".
Eu quero um amplificador de menor (ou maior) potência. Vocês podem modificar um G40 para as minhas necessidades?
Claro! O G40 pode ser fornecido com 20W usando um par de válvulas 6V6S na saída. Ou então também pode ser feito com 80W, utilizando um par de KT88 e redimensionando os transformadores (além de algumas outras necessárias alterações no circuito).
Mas é bom ressaltar que o resultado talvez não seja bem o que você esteja esperando. O dobro de potência não significa o dobro de volume. Alguns testes concluíram que é necessário algo perto de 10 vezes a potência para que um humano sinta que houve uma dobra no volume. Por mais estranho que pareça, uma dobra de potência significa apenas 3 decibéis a mais e isso não é muita coisa.
Uma dobra de potência acaba sendo percebida mais como uma diferença no timbre do que no volume. Amplificadores de maior potência tem o estágio de saída mais limpo e firme e são bons para country, jazz e heavy metal. Amplificadores de menor potência soam mais distorcidos e funcionam melhor com blues e rock clássico.
Como os alto-falantes usados no G40 são muito eficientes, a sua potência é ótima para a grande maioria dos guitarristas. Em ensaios e palcos pequenos é mais do que suficiente para o guitarrista se ouvir e projetar o seu som para o público. Em palcos maiores é normal microfonar o amplificador e o guitarrista tem a opção de se ouvir nos monitores do palco enquanto o público ouvirá o som da guitarra pelo PA. Inclusive não é bom que a guitarra esteja muito alta no palco pois isso limita a liberdade do técnico de som em equilibrar os instrumento.
Além disso, o G40 possui a chave SAG para satisfazer os blueseiros mais exigentes.
Para que serve a chave SAG?
SAG, no nosso contexto, significa "decaimento" e se refere à queda de tensão ocorrida na saída da fonte de alimentação. Quanto mais corrente é exigida da fonte, mais a tensão na saída (da fonte) cai.
Fontes antigas, utilizando retificadores valvulados (válvulas diodo), possuem um SAG acentuado. Isto significa que quando você toca em volume alto, a tensão na fonte cai, reduzindo a potência do amplificador e deixando o som mais sujo e comprimido.
Em baixo volume a tensão cai bem pouco e o timbre é mais constante e firme. Esta compressão da retificação valvulada é sutil e só é percebida quando você está tocando com o amplificador próximo ao seu limite de potência.
Fontes mais modernas, utilizando retificadores de estado sólido (diodos de silício), possuem muito menos SAG e por isso soam mais firmes mesmo quando se está tocando próximo ao limite do amplificador.
A chave SAG muda o comportamento da fonte de alimentação do G40, causando um SAG muito semelhante ao dos retificadores valvulados mas mais presente. É mais fácil notar o efeito do SAG no G40 do que num Dual Rectifier (Mesa/Boogie), por exemplo, mas mesmo assim o efeito permanece sutil e só é percebido em volumes altos.
Além disso, com a chave SAG acionada, a potência do G40 cai para aproximadamente 15W. Conforme falamos na resposta anterior, não é tanto uma diferença de volume (apenas 4 decibéis) mas sim de timbre e de comportamento. O amplificador soa um pouco menos firme, com o power comprimindo e distorcendo mais prontamente.
Normalmente guitarristas de blues e rock clássico gostam do efeito, enquanto guitarristas de outros estilos (pop, country, metal) que não dependem tanto da coloração do power preferem tocar com o SAG desativado.
Para que serve a chave GROUND-LIFT?
A chave GROUND-LIFT desconecta o aterramento do sinal, do aterramento do chassis (que está permanentemente ligado ao terceiro pino da entrada de energia).
Normalmente você deve tocar com a chave GROUND-LIFT na posição GROUND (para baixo) para evitar risco de choque elétrico e para menor ruído.
Mas em algumas situações, com o G40 conectado em outros equipamentos ligados á tomada, o nível de ruído pode ser reduzindo colocando a chave na posição LIFT (para cima).
Use o G40 sempre com a chave na posição GROUND, mas caso você note um ruído ao ligar equipamentos externos (como uma pedaleira no loop de efeitos) experimente mudá-la para a posição LIFT. Caso o ruído diminua, deixe na posição LIFT, senão volte para a posição GROUND e procure resolver o problema de outra forma.
Posso utilizar o G40 com pedais? Se eu usar um pedal não vou perder a sonoridade das válvulas?
Sim, você pode usar com praticamente qualquer pedal. Quando o G40 foi concebido houve uma grande preocupação de como ele iria se comportar com os pedais e portanto pode usar sem medo.
Muitos clientes usam pedais de booster, compressão ou distorção entre a guitarra e a entrada do G40 para dar uma envenenada no timbre e funciona muito bem. É legal você experimentar o maior número de pedais para saber qual é a sonoridade de cada um e escolher os que mais lhe agradam.
Quanto a "perder a sonoridade" nós sempre falamos para os nossos clientes desencanarem dessa moda de que pedal bom tem que ser "analógico true-bypass de boutique". Um pedal só vai complicar a sua vida (ruído, distorção indesejada e perda de agudos são os problemas mais comuns) caso ele for realmente ruim, com algum problema de projeto ou construção, ou se o seu setup (guitarra, cabos) já estiver complicado. Um pedal de boa marca costuma ser bem confiável.
Há algumas exceções como a Digitech que já vimos cometer algumas belas falhas. Alguns outros pedais também tem bypass problemáticos (Crybaby Wah, Vox Wah, pedais antigos da Electro Harmonix e diversas outras marcas etc) e fazer uma modificação para true-bypass não costuma ser difícil e resolve o problema.
Qual a diferença entre as entradas High-Z e Low-Z?
Alta impedância e baixa impedância.
A entrada High-Z (alta impedância) é mais adequada para uso com guitarras de captadores passivos (que possuem saída de baixa impedância).
A entrada Low-Z (baixa impedância) é adequada para uso com guitarras com captação ativa (que possuem saída de baixa impedância). Também é ideal para receber o sinal de um pedal (com buffer na saída) ou de um processador de efeitos/pedaleira.
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